CARNAVAL

Serpentinas coloridas no chão molhado do recreio, palco de intensos duelos entre zorros e cowboys. Fantasmas de bisnaga na mão correm por entre capuchinhos vermelhos e brancas de neve que se tentam desviar como podem dos tiros certeiros. Ouvem-se estalidos. Do lado de fora, junto aos muros ninguém está seguro. “Olha ali aquele na paragem do autocarro.” Folhas de cadernos rapidamente se transformam em balões de água. Bombas de Carnaval e mau cheiro, enfim valeu a pena poupar a mesada.
Apesar do frio do Inverno que ainda se faz sentir, a correria e as máscaras aquecem-nos.
Nunca o gosto do plástico misturado na água das bisnagas nos soube tão bem.
Será que é este ano que o Tiago não ganha o concurso de máscaras da turma ? …não, ainda não foi desta, apesar do visual punk estar em alta.
Imagens, sons e cheiros que passam mas ao mesmo tempo que ficam, talvez porque a vida são dois dias, mas dizem que o carnaval são três.